A Direção Geral de Florestas do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pescas (MGAP) do Uruguai deu um passo decisivo na modernização dos procedimentos relacionados com as florestas nativas do país. A fim de tornar os processos de registo e autorização florestal mais eficientes e transparentes, foram estabelecidos novos requisitos e instruções digitais que permitirão a gestão integrada da informação florestal. Esta iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla do governo uruguaio para avançar no domínio da digitalização e da administração pública eletrónica.
Requisitos para o Registo de Florestas Nativas
A partir de 10 de dezembro de 2024, todos os interessados em registar uma floresta autóctone terão de seguir as novas orientações estabelecidas pela DGF. O procedimento, que anteriormente exigia a apresentação de documentação em formato físico, passará a ser totalmente digital. Os requerentes terão de utilizar o seu utilizador Gub.uy, a plataforma nacional para procedimentos em linha, com um nível de segurança de nível 2. Este requisito faz parte de uma série de medidas destinadas a garantir a transparência e a eficiência na gestão dos recursos naturais.
Os documentos necessários incluem o formulário 14BN, que deve ser assinado pelo requerente, juntamente com os planos de inspeção que indicam a localização e a extensão da floresta. Além disso, serão necessários ficheiros shapefile ou KML com informações pormenorizadas sobre as florestas e as normas envolvidas no pedido. É também necessário que o requerente indique o uso específico da floresta, que pode incluir actividades como a conservação da biodiversidade, a apicultura, o turismo, entre outras.
Autorização de planos de gestão florestal e abate de florestas
Outro processo que foi digitalizado é a gestão de planos de manejo e a autorização de exploração de florestas nativas. Para fazer esses pedidos, os interessados devem primeiro apresentar um cadastro florestal aprovado, que deve ser atualizado no Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIB), uma plataforma digital criada para gerenciar as informações sobre as florestas do país.
O candidato deve também apresentar mapas digitalizados das intervenções planeadas, bem como pormenores técnicos sobre a intervenção. Isso inclui informações sobre a densidade inicial e final das árvores, os métodos de manejo e corte a serem utilizados e o destino da madeira. Tal como acontece com o registo das florestas autóctones, todo este processo será realizado em formato digital, o que contribui para uma maior rapidez nos procedimentos de aprovação e garante que toda a documentação necessária está imediatamente disponível.
Impacto e benefícios da digitalização
A implementação destes novos requisitos e a integração dos procedimentos florestais num sistema digital têm como objetivo melhorar a eficiência e a transparência na gestão dos recursos naturais do Uruguai. Com o uso do SNIB, as autoridades poderão gerenciar as informações relacionadas às florestas nativas de forma mais eficaz, facilitando a tomada de decisões e o monitoramento das intervenções florestais.
Além disso, ao descentralizar o processo e permitir que os requerentes possam gerir os seus procedimentos a partir de qualquer lugar, a carga administrativa e os tempos de espera são reduzidos, o que beneficia todos os actores envolvidos na gestão florestal. A digitalização destes procedimentos permitirá também uma maior fiscalização das actividades florestais, contribuindo assim para a conservação sustentável das florestas autóctones do país.
No âmbito do procedimento, os interessados devem entregar a documentação original (certidão notarial, formulário 14BN e plano de vistoria) na sede da DGF em Montevideu, o que garante a validação dos procedimentos efectuados em linha. Desta forma, integra-se o melhor de dois mundos: a eficácia da digitalização e a necessidade de garantir a autenticidade dos documentos apresentados.
