Buenos Aires, Argentina. As exportações agro-industriais da Argentina apresentaram um crescimento notável nos primeiros sete meses de 2025, com um aumento de 6% em volume em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 65,5 milhões de toneladas. O valor total exportado foi de 28,22 mil milhões de dólares, de acordo com dados processados pela Subsecretaria de Mercados Agroalimentares e Inserção Internacional, com base nas estatísticas do INDEC.
Este desempenho consolida o sector como um dos pilares da economia nacional e reflecte uma tendência positiva na inserção internacional dos produtos agro-industriais. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Pescas sublinhou que este crescimento não se mede apenas em volume, mas também na diversificação e no valor acrescentado das exportações.
Os grandes complexos agro-exportadores
Oitenta e sete por cento do valor total exportado concentrou-se nos dez principais complexos agro-industriais: soja, milho, bovinos, trigo, girassol, aquicultura e pescas, cevada, lacticínios, amendoins e uvas. Dentro deste grupo, alguns apresentaram desempenhos particularmente notáveis.
O complexo do amendoim liderou os aumentos com um crescimento surpreendente de 47% do volume exportado. Seguiram-se-lhe o trigo com 31%, o girassol com 25%, a pesca com 7% e o milho com 3%.
Este comportamento é prova não só da capacidade produtiva do país, mas também de uma estratégia comercial que visa reforçar os produtos com elevado potencial de desenvolvimento e procura internacional.
Novos produtos e mais valor por tonelada
Para além dos produtos tradicionais, a análise do valor por tonelada exportada entre janeiro e julho revela uma clara tendência para a sofisticação da oferta argentina. Destacam-se os produtos processados, muitos deles prontos para o consumo, atingindo valores significativamente elevados nos mercados internacionais.
Entre os mais valiosos por tonelada exportada contam-se as sementes (45 500 USD/tn), os óleos essenciais (23 000 USD/tn), a carne de bovino refrigerada ou fresca (10 428 USD/tn), o óleo de jojoba (9 528 USD/tn), o cacau e seus derivados (9 014 USD/tn) e os ovos sem casca (7 221 USD/tn).
O queijo azul (6.884 USD/tn), as ceras (5.470 USD/tn), as preparações de batata (4.661 USD/tn), o vinho espumante (4.656 USD/tn), as sementes de trevo (3.978 USD/tn) e o sumo de laranja (3.776 USD/tn), entre outros, também obtiveram valores de destaque.
Além disso, estão surgindo exportações de produtos não tradicionais, como café solúvel, orégano, concentrados de erva-mate, levedura e confeitos de chocolate, mostrando uma expansão da oferta agroindustrial nacional.
Mercados internacionais e desenvolvimento regional
A gama de destinos reflecte também uma diversificação crescente. A China, a Índia, o Brasil, o Vietname, o Chile, os Estados Unidos, o Peru, a Arábia Saudita, a Malásia e os Países Baixos representam um pouco mais de 50% do total das exportações.
Este dinamismo exportador é o resultado de uma combinação de factores: investimentos em tecnologia e qualidade, maior organização do tecido produtivo, abertura de novos mercados e políticas públicas que visam simplificar procedimentos, incentivar a inovação e promover a diferenciação por atributos de valor.
